Sophia de Mello Breyner Andersen - Dos poemas

Dos breves poemas de Sophia de Mello Breyner Andersen (Portugal, 1919-2004)

El rey de Ítaca

La civilización en que estamos está tan errada
que en ella el pensamiento se desligó de la mano.

Ulises, rey de Ítaca, fue carpintero de su barco
y se jactaba también de saber conducir
rectamente en un campo el surco del arado.




Texto original:
O Rei da Ítaca // A civilização em que estamos é tão errada que / Nela o pensamento se desligou da mão // Ulisses rei da Ítaca carpinteirou seu barco / E gabava-se também de saber conduzir / Num campo a direito o sulco do arado


Tomado de: Sophia de Mello Breyner Andresen. O Nome das coisas (1977)


Dejadme limpio
el aire de los cuartos
y liso
el blanco de las paredes
Dejadme con las cosas
fundadas en el silencio



Deixai-me limpo / O ar dos quartos / E liso / O branco das paredes / Deixai-me com as coisas / Fundadas no silêncio

Tomado de: Sophia de Mello Breyner Andresen. O Nome das coisas (1977)

Comments

Popular Posts